Resumo: Foz do Iguaçu tem 21 Equipes de Saúde Bucal (ESB) na Estratégia Saúde da Família (ESF), cobrindo aproximadamente 40% da população (102.400 usuários). Nessa população torna-se difícil um diagnóstico situacional utilizando metodologia tradicional. Um instrumento simples foi desenvolvido para levantamento dos principais agravos e como guia para educação em saúde bucal a domicílio: a ficha O. Juntamente com 6 ESB, a Divisão de Saúde Bucal (DVSBu) criou um modelo que foi testado pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Posteriormente, a ficha O foi apresentada aos coordenadores da ESF no município. Todos os ACS participaram de treinamento com noções básicas de saúde bucal, objetivos e metodologia da ficha O, receberam Manuais para Multiplicadores em Saúde Bucal ilustrados. Cada ACS preenche 2 fichas O por semana, comentando as impressões que teve da família com sua ESB, que entrega mensalmente à DVSBu relatório com o número de fichas, informações coletadas e ações conduzidas em resposta. Em 10 meses, 12.711 famílias receberam instruções em seu domicílio com a ficha O. Foram relatados: hábitos de sucção não-nutritiva, lesões, dieta cariogênica, dor, necessidade de prótese, consultas, kits de higiene e outros. Os resultados foram tão satisfatórios que as unidades de saúde que mantêm a estratégia tradicional de atendimento aderiram ao trabalho. Houve dificuldade para motivar alguns ACS. Outro problema é a irregularidade do fornecimento dos kits de higiene por parte do Ministério da Saúde. O instrumento é simples, mas depende de treinamento e pactuação entre ESBs, ACSs e suas chefias. Monitoramento constante dos envolvidos é essencial. |