Resumo: Esse trabalho tem por objetivo esclarecer ao acadêmico de Odontologia a importância do cirurgião dentista em saber diagnosticar ou mesmo suspeitar da agressão a uma criança pelos sinais e sintomas apresentados. Crianças violentadas geralmente demonstram comportamento atípico, assustadas e desatentas, podem apresentam hipersensibilidade à dor. Quando há violência sexual, o petiz se apresentará violento ou apático em algumas situações, com medo de exames físicos e aversões a lugares. Alguns estudos demonstram que a incidência das lesões geralmente ocorre nas regiões de cabeça e pescoço. Ferimentos bucais decorrentes de abuso incluem marcas de mordida, lacerações em tecidos moles, fraturas de tecidos duros, machucados em comissura labial devido amordaçamento da criança e equimoses das bochechas devido às agressões físicas na face. As características clínicas de indivíduos abusados sexualmente frequentemente se apresentam como lacerações de lábios e freios linguais devido ao sexo oral forçado. Marcas de mordidas também podem ser identificadas, através de exames que observam características da mordida como distância de canino a canino e se houve hematomas pela interposição da língua nos dentes durante a mordida, podendo assim, confirmar a possibilidade de um adulto agressor. Quando os dentes são afetados, geralmente os anteriores são os mais atingidos. Acidentes como avulsão, luxação, escurecimento por necrose pulpar e perda precoce ocorrem com frequência. O profissional da Odontologia deve saber diagnosticar indícios de violência em crianças para comunicar às autoridades competentes, para que estas tomem as atitudes cabíveis e necessárias a fim de proteger o menor incapaz.
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