Resumo:

O envelhecimento populacional gerou a necessidade de estender a atenção odontológica de forma integral aos idosos, pois, até recentemente era privilégio de jovens. As doenças bucais podem ocasionar complicações sistêmicas, reduzir a qualidade de vida e gerar grandes demandas para os serviços de saúde pública. Este estudo visou analisar a relação entre a condição clínica e a autopercepção em saúde bucal em pacientes de 60 anos ou mais de idade, de uma Equipe de Saúde da Família e foi aprovado pelo Comitê de Ética/UEM, parecer nº 163/2006. Coletou-se os dados através de exame clínico odontológico e questionário do índice GOHAI “Geriatric Oral Health Assessment Index. Participaram do estudo 29 idosos, 20 desdentados totais e 9 dentados. A idade média foi de 68,65 anos de idade e 83,9% necessitavam algum tipo de prótese. A participação feminina (68,33%) foi maior que a masculina (31,66%). O CPO-D médio foi de 29,34 e 88,89% dos sextantes apresentavam necessidades de tratamento periodontal. Apesar de apresentarem este quadro, 77,77% das pessoas disseram não ter nenhum problema com seus dentes ou gengivas. Os resultados indicam que os critérios utilizados por estas pessoas para avaliar sua condição bucal, diferem aos do cirurgião-dentista. Estudos de autopercepção complementam informações clínicas, identificando populações que necessitam de ações curativas, preventivas e educativas, contribuindo para o planejamento de ações de promoção de saúde bucal. Conclui-se que, estes idosos encontram-se com a condições bucais insatisfatórias, com necessidades acumuladas de tratamento odontológico, e que estas necessidades não satisfeitas estão interferindo negativamente em sua saúde geral.