Resumo: RESUMO
Objetivos: Foram explorar iniquidades raciais em saúde bucal entre grupos de pessoas adultas autodeclaradas como brancas, pretas ou pardas. Métodos: Estudo transversal com dados secundários obtidos da base de dados da pesquisa de base territorial nacional sobre a condição de saúde bucal da população brasileira, SB Brasil 2002-2003. Inicialmente, analisaram-se os diferenciais entre as variáveis de desfecho cárie, perda dental, dor de origem dental e necessidade de prótese por grupo de raça/cor, para uma amostra de 12.811 adultos de ambos os sexos, na faixa etária de 35 a 44 anos. Na segunda etapa, estudo ecológico com dados agregados por Estados brasileiros, foi conduzida uma análise contextual das iniquidades raciais para uma população de 6.918 negros, agregando pretos e pardos, por meio da correlação entre os desfechos em saúde bucal estudados na primeira fase e indicadores de desenvolvimento humano e concentração de renda. Resultados: Diferenças significativas foram observadas entre os grupos de raça/cor para todos os desfechos de saúde bucal analisados (p<0,01). Foram encontradas correlações entre desfechos em saúde bucal e indicadores ligados ao perfil de desenvolvimento humano, renda média familiar e desigualdade de renda por Estados brasileiros para o grupo de negros. Conclusões: Os resultados evidenciaram iniquidades raciais em saúde bucal no Brasil, sendo estas reproduzidas dentro de um mesmo grupo de raça/cor, como na população negra. A diferenciação contextual de raça/cor no Brasil parece influenciar o grau de exposição a determinantes socioambientais envolvidos com a manutenção da saúde bucal.
Palavras-chave: população negra; saúde bucal; iniquidade na saúde; adulto.
|