Resumo:

Populações de quilombolas necessitam de ações que busquem a superação de sua situação atual de risco social por meio da geração de trabalho e renda, aliadas a ações de saúde e educação. Levantamentos epidemiológicos são essenciais para o planejamento de estratégias destinadas a viabilizar ações e serviços de saúde. O objetivo deste estudo foi verificar a prevalência de carie dentária em residentes de comunidades quilombolas da região central do Rio Grande do Sul. Foi realizado um estudo epidemiológico observacional transversal em um grupo de 100 pessoas constituído de crianças, adultos e idosos. Dois examinadores previamente treinados e calibrados utilizaram o índice CPO-D de acordo com metodologia descrita pela OMS. Os exames foram realizados na própria comunidade com auxílio de uma sonda CPI e espelho clínico. Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Santa Maria sob o número 0060.0.243.000-9 e os dados foram coletados após consentimento pelos participantes com assinatura do respectivo Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O CPO-D médio foi de 3,75 para a faixa de 6 a 9 anos, 2,34 para a faixa de 10 a 19 anos, 10,3 para a faixa de 20 a 44 anos, 16,5 para a faixa de 45 a 64 anos, 23,3 a partir de 65 anos. Os resultados sugerem a necessidade de implantação de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde bucal da população de quilombolas, e incluída em políticas públicas que resultem em qualidade de vida e respeito a sua cultura.