Resumo: O piercing historicamente era conhecido pela sociedade como uma manifestação religioso-cultural, entretanto atualmente ele apresenta-se como um fenômeno social, que envolve principalmente os adolescentes, adultos jovens, com predomínio do gênero feminino. A prática de perfuração de estruturas da cavidade oral tem sido muito comum, especialmente em lábios e freios. A utilização desses tipos de piercings intra-bucais pode conferir alterações que comprometem a saúde bucal dos pacientes. Embora os traumas gerados das estruturas bucais sejam de pouca intensidade, os mesmos são crônicos e existem evidências científicas que estes apresentam potencial carcinogênico. Geralmente as “jóias” utilizadas têm formato circunferencial externamente e achatadas internamente, para minimizar o traumatismo. Diversos relatos clínicos têm demonstrado complicações dentais, orais, e sistêmicas provenientes do uso do piercing em cavidade oral. As mais comuns são: infecções, inflamação, desgaste ou fraturas dentais, trauma à mucosa gengival adjacente ao piercing, recessão gengival, crescimento gengival localizado, ressecamento da mucosa, e em alguns casos a dilaceração do freio em que o piercing foi instalado. Dessa forma, este painel tem como objetivo principal preparar o cirurgião-dentista para prevenir, instruir seus pacientes sobre as conseqüências que essa prática pode trazer para a saúde tanto no aspecto local quanto sistêmico, e eventualmente como tratar seus usuários. |