Resumo:

A maloclusão, definida como alteração do crescimento e desenvolvimento que afeta a oclusão dos dentes. É considerada um problema de saúde pública, pois apresenta alta prevalência e pode interferir negativamente na qualidade de vida, prejudicando a interação social e o bem-estar psicológico dos indivíduos. Por isso, o objetivo deste estudo foi estimar a prevalência de oclusopatias na dentição decídua de crianças com cinco anos, correlacionando sexo e renda mensal familiar. A coleta de dados foi proposto pelo levantamento epidemiológico nacional 2010. A chave de caninos foi classificada em três categorias: classe I, classe II e classe III; a sobressaliência em normal, aumentada, topo a topo e cruzada anterior; a sobremordida em normal, reduzida, aberta e profunda; e a mordida cruzada posterior foi dicotomizada em “presente” ou “ausente”. Os resultados referem-se a 33 exames. A prevalência de chave de caninos e de sobressaliência normal foi de 87,5%. A sobremordida profunda esteve presente em 21,8% dos casos e a presença de mordida cruzada posterior esteve presente em 12,5% da amostra. Quanto ao sexo, a distribuição foi homogênea. A maioria dos entrevistados pertencia à classe média baixa, com renda familiar mensal variando de R$ 501 a R$ 1500. Conclui-se, então, que há presença de mordida cruzada posterior e que a sobremordida profunda é a maloclusão mais observada neste estudo. Por isso, a prevalência destas alterações na população estudada reforça a necessidade de desenvolvimento de estratégias de promoção da saúde e de medidas preventivas específicas para controle das alterações observadas desta dentição.