Resumo: Os tratamentos endodônticos estão sujeitos a falhas, acidentes e complicações. Frente ao fracasso do tratamento do canal radicular, existe a possibilidade de seu retratamento, porém, esta conduta pode não ser viável através de outro tratamento convencional. Nessas situações a cirurgia parendodôntica aparece como uma excelente alternativa no tratamento. Este trabalho relata o tratamento endo-cirúrgico do elemento 21 de uma paciente que se apresentou a clínica de endodontia da Universidade Federal do Ceará, queixando-se de mobilidade dental e persistente presença de fístula, mesmo após tratamento endodôntico prévio. Foi solicitada radiografia periapical e tomografia computadorizada, em que se constatou extensa lesão periapical e imagem radicular sugestiva de reabsorção externa. A paciente estava com medicação intracanal, e considerando sua história clínica prévia, optou-se por realizar cirurgia parendodôntica visando o tratamento endodôntico associado à curetagem periapical. Ao levantar o retalho, constatou-se perda óssea vestibular, tecido de granulação em volta do ápice dental e espessa camada de biofilme extra-radicular. Após curetagem do tecido de granulação e raspagem radicular, observou-se que a raiz estava íntegra. Desse modo, optou-se pela preservação de toda a raiz, realizando-se instrumentação do canal com limpeza foraminal, obturação endodôntica, seguida de apicoplastia. Após uma semana do ato cirúrgico, removeu-se a sutura e o dente foi imobilizado com contenção semirrígida durante dois meses. Após este período a paciente retornou e a contenção foi removida, constatando-se ausência de mobilidade dental. A proservação de sete meses mostra redução significativa da área radiolúcida referente à lesão periapical, ausência de fístula e sintomas clínicos. |