Resumo:

Estima-se que 25 a 50% dos pacientes com Anemia de Fanconi (AF) desenvolvem tumores sólidos de cabeça e pescoço¹. A imunossupressão e a toxicidade dos medicamentos imunossupressores são fatores que aumentam o risco para desenvolvimento de neoplasias malignas, dentre elas as bucais, em pacientes com AF submetidos ao transplante de medula óssea (TMO). O objetivo deste estudo é relatar o caso de um paciente portador de Anemia de Fanconi em pós TMO que apresentou leucoplasias na muscosa bucal e o manejo clínico destas lesões. Paciente sexo masculino, x anos com de Anemia de fanconi e diabetes, foi submetido ao transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH) em 2004. Em acompanhamento a partir de agosto de 2011, apresentou estrias esbranquiçadas em mucosa jugal e dorso lingual, atrofia de papilas linguais e placa hiperceratótica no terço posterior esquerdo do palato duro, com aspecto leucoeritroplásico e ulceração central. Em dezembro de 2011 realizou-se biópsia incisional da lesão do palato duro e, devido a persistência desta, foi realizada citologia esfoliativa em abril de 2012. Nova biópsia incisional foi realizada em maio de 2012. Os resultados dos exames foram negativos para malignidades.Apesar dos exames se mostrarem negativos para malignidades o paciente deve ser acompanhado a cada 6 meses para acompanhamento das lesões. A localização e extensão de algumas lesões bucais com potencial de malignidade muitas vezes limita sua excisão, porém o acompanhamento para controle e supervisionamento das atipias celulares é indispensável.