Resumo:

A erosão dentária é o processo de perda da estrutura dentária promovido por fatores químicos, como a ingestão de uma dieta rica em compostos ácidos ou por distúrbios gastroesofágicos. O mecanismo do processo erosivo envolve a ação de íons de hidrogênio, liberados por produtos ácidos na presença de água, que promovem um desarranjo molecular na hidroxiapatita dental e desestruturação da estrutura prismática do esmalte. Tendo em vista que é frequente a execução de procedimentos adesivos em esmalte dentário erodido, o presente trabalho tem por objetivo investigar, através de uma revisão de literatura, o efeito da erosão do esmalte dentário na união de sistemas adesivos. Utilizando os descritores “erosão dentária”, “resistência de união” e “sistemas adesivos”, separados e em combinação, nos idiomas português e inglês, buscou-se artigos publicados entre 2003 e 2013, nas bases de dados BIREME, PUBMED e SciELO. Como critério de inclusão, selecionou-se as publicações que abordassem a interferência do esmalte erodido na união com sistemas adesivos. Foram excluídos os artigos que não estavam nos idiomas selecionados e aqueles que não correspondiam estritamente ao tema predeterminado. Os sistemas adesivos autocondicionantes, quando aplicados em esmalte erodido, apresentam maior resistência quando comparados ao sistema convencional. Isso ocorre porque o agente erosivo age desmineralizando o esmalte, atuando como um pré-condicionante, aumentando a resistência de união desses sistemas. Essa demineralização, entretanto, se torna excessiva quando é utilizado o sistema adesivo de condicionamento total, prejudicando assim a resistência de união. Desse modo, a escolha do sistema adesivo deve ser bastante criteriosa.