Resumo:

O tratamento de pacientes com fissuras labiopalatinas é desafiador devido às dificuldades inerentes à própria deformidade, à necessidade de envolvimento interdisciplinar e de cooperação por parte do paciente. Uma abordagem interdisciplinar é essencial para proporcionar resultados agradáveis, tanto funcionais quanto estéticos. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho é demonstrar a importância do tratamento interdisciplinar de pacientes com fissura labiopalatina. Um paciente com fissura labiopaltina bilateral e maloclusão de Classe III compareceu para início do tratamento ortodôntico aos 15 anos de idade e sua queixa principal era a aparência estética dos seus dentes. O tratamento ortodôntico iniciou pela expansão maxilar seguida de alinhamento e nivelamento dentário. Posteriormente, o paciente foi submetido a cirurgia ortognática e tratamento protético. O plano de tratamento incluiu extração do incisivo central e de um dente supranumerário e instalação de uma prótese. Em fissuras que afetam o rebordo alveolar, um mau posicionamento dentário é comumente observado, representado pela presença de incisivos centrais superiores contra-angulados e rotacionados, os quais são geralmente hipoplásicos e possuem raízes curtas. No caso apresentado, o mau posicionamento e a má condição do incisivo central justificaram sua extração. Além disso, a estética de uma prótese fixa seria melhor considerando cor e simetria dentária, quando comparada à inclusão do incisivo central do paciente no tratamento reabilitador. Os resultados finais deste caso proporcionaram resultados estéticos e funcionais satisfatórios, considerando a sua complexidade. A abordagem interdisciplinar no manejo das discrepâncias do paciente permitiu à equipe alcançar todos os objetivos que foram estabelecidos ao início do tratamento.