Resumo:

A maioria dos casos de maus tratos infantil ocorre dentro de casa e muitas lesões físicas ocorrem na região de cabeça e pescoço. Poucos trabalhos foram realizados no Brasil sobre este assunto. Esta pesquisa tem como objetivo avaliar a prevalência e a incidência de injúrias na região de cabeça e pescoço frente aos casos maus tratos físicos contras crianças e adolescentes notificados a rede de Proteção a criança e o adolescente. É uma pesquisa documental que foi realizada no Centro de Epidemiologia da Prefeitura Municipal de Curitiba, onde foram analisadas 10.483 notificações referentes aos anos de 2010 (5.112) e 2011 (5.371), e tabulados as notificações de lesões físicas, ocorridas no ambiente intrafamiliar que acometeram no corpo, cabeça e pescoço. As idades compreenderam de 0 a 17 anos, sendo identificados 322 casos de abuso físico intrafamiliar no ano de 2010. Destas 187 (58%) meninos e meninas tiveram lesões em cabeça e pescoço. No ano de 2011 foram identificadas 342 notificações sendo que 222(65%) crianças e adolescentes tiveram lesões em cabeça e pescoço. Houve um aumento na incidência de 5,06% de notificações, 6,21% de lesões de físicas e 18,71% de lesões na região de cabeça e pescoço, quando comparados os dados de 2011 em relação ao de 2010. Conclui-se que houve um aumento de casos de lesões físicas, bem como em lesões que acometeram as regiões de cabeça e pescoço, sendo que o cirurgião deve estar atento para o diagnóstico de lesões relacionando-as a uma boa anamnese.