Resumo:

Avaliar se a prematuridade é fator contribuinte para oclusopatias na dentição decídua. Trata-se de um estudo observacional, analítico, caso-controle com coleta prospectiva em crianças, por meio de exame clínico atendidas no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, entre maio de 2011 e julho de 2012. A amostra foi composta por 101 crianças, sendo 53 prematuras com idade gestacional entre 23,0 e 36,5 semanas e 48 nascidas a termo com idade gestacional entre 37 e 41,5 semanas. A frequência das oclusopatias na amostra foi de 65 (64,3%), sendo maior entre as nascidas prematuras (38 ou 71,7%) do que nas nascidas a termo (27 ou 56,2%) (p=0,14). Na comparação entre grupos com e sem oclusopatia a média do peso de nascimento foi significativamente menor entre as crianças com má oclusão (p=0,02) a média da idade gestacional (p=0,01), e perímetro cefálico (p=0,02). Há uma probabilidade de oclusopatia com a menor idade gestacional (p=0,01). Avaliando-se os grupos, verificou-se que o risco de oclusopatia entre as crianças nascidas a termo com hábito de sucção da chupeta foi 2,7 vezes maior que dentre aquelas sem o hábito (OR=2,72, IC 95% = 0,78 – 9,49) e em crianças prematuras não aumentou a probabilidade de má oclusão (p=0,22). Nos prematuros, o tempo de intubação está diretamente relacionado com a oclusopatia (p=0,001). A prematuridade mostrou-se um fator de risco para oclusopatias e foi associada ao tempo de intubação. Nas crianças nascidas a termo aquelas que fizeram uso da chupeta apresentaram maior chance de apresentar oclusopatias.