Resumo: Mesmo que os últimos levantamentos epidemiológicos mostraram uma diminuição da doença cárie, grupos de crianças continuam apresentando atividade da mesma, e parece que a doença está associada a fatores socioeconômicos e educacionais. Frente a isso, o objetivo desta pesquisa foi determinar a prevalência de cárie em uma população de escolares na faixa etária de 12 anos de idade do município de Curitiba e avaliar a associação entre a experiência de cárie e variáveis socioeconômicas e educacionais. Foi realizada uma amostragem probabilística estratificada para que a amostra fosses representativa dos 09 Distritos Sanitários da cidade de Curitiba. A coleta de dados incluiu um questionário socioeconômico e educacional e o exame clínico para determinação do índice de dentes cariados, perdidos e obturados (CPO-D). Ao todo, foram examinadas 451 crianças. Os resultados mostram que 92,4% das crianças eram de escolas públicas e 7,6% de escolas privadas. A prevalência de cárie foi 22,2%, com média de CPO-D de 0,37 (± 0,90). Observou-se que os escolares de escola pública apresentaram maior média de CPO-D (0,39 ±0,931) e 3,98 vezes maior chance de desenvolver cárie do que alunos de escolas particulares. No que diz respeito ao fator socioeconômico, crianças de classe C tem uma prevalência 3,51 vezes maior de desenvolver cáries do que crianças de classe A, ou seja, 251% maior. Conclui-se que a presença de cárie dentária está diretamente associada com o tipo de escola na qual a criança estuda, a escolaridade materna e a classe social, e acomete predominantemente meninos que frequentam escolas públicas. |