Resumo:

O trauma facial tornou-se um assunto inevitável devido a sua freqüência ser cada vez maior. Os ossos faciais, devido a sua projeção anterior corporal, são extremamente expostos a essas agressões. O objetivo do trabalho é relatar o caso de uma paciente, gênero feminino, 88 anos, atendida pela equipe de cirurgia e traumatologia buco-maxilo-facial da UFPR no Hospital de Fraturas da XV, vítima de queda em escada da própria residência. Foi relatada perda de consciência no local do trauma, avulsão do elemento dentário 21 e epistaxe. Ao exame físico o paciente apresentava edema envolvendo dorso nasal, região zigomática bilateral, lábios superior e inferior, hematoma periorbitário bilateral, laceração em pele da fronte do lado esquerdo e laceração em lábio superior. A paciente mostrava ausência de alterações visuais, diplopia, epicanto e enoftalmia. Ao exame intra bucal apresentava alteração oclusal, dificuldade mastifatória e mobilidade do segmento anterior maxilar, sugerindo fratura dentoalveolar. Diante das evidencias clínicas foi solicitado TC. Diganóstico: fratura Le Fort II, fratura nasal, fratura NOE com cominuição.Tratamento: Foi realizada a cirurgia sob anestesia geral com redução e fixação, acesso intra-oral e utilização miniplacas do sistema 1.5 para a fratura Le Fort II e tamponamento para a fratura nasal, foi realizado contenção rígida da fratura dentoalveolar e removida após 30 dias. Após 6 meses de pós-operatório a paciente encontra-se com boa estabilidade e oclusão. Ausência de alterações visuais e boa simetria facial. Conclusão: o cirurgião bucomaxilofacial deve proporcionar o tratamento adequado para minimizar as seqüelas do trauma e restabelecer funções adequadas.