Resumo:

O trauma bucomaxilofacial tornou-se um desafio mundial em saúde pública. Objetivou-se analisar a epidemiologia dos traumas bucomaxilofaciais atendidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) no município de Maringá, Paraná, Brasil. Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo, no qual foram analisados 1.053 registros de eventos traumáticos realizados pelo SAMU no ano de 2016 a partir das variáveis: gênero, faixa etária, período do dia, natureza do chamado, local da ocorrência, doenças pré-existentes, sintomas e queixas, tipo de trauma e dentes envolvidos. O projeto foi aprovado pelo CEP/Unicesumar segundo parecer favorável 2.091.911/2017. Do total de prontuários analisados, 53,85% envolveram a região de crânio e face. Houve predomínio do gênero masculino (67,86%) e faixa etária de 20 a 39 anos (29,69%). As emergências realizadas concentraram-se no período noturno (39,60%). Verificou-se maior frequência de quedas de níveis (67,14%) atendidos em vias públicas (44,52%) e sem associação com doenças pré-existentes (58,26%). Em relação ao principal sintoma, queixa e tipo de trauma, dor (49,37%) e concussão (40,21%) foram mais prevalentes. Os atendimentos de urgência envolvendo a face perfizeram 30,58% das ocorrências, no entanto, somente 0,88% de todos os atendimentos realizados pelo SAMU nesta pesquisa apresentaram dados relativos ao envolvimento de dentes superiores ou inferiores. Os atendimentos de traumas envolvendo a região bucomaxilofacial são frequentes nos serviços de emergência e observou-se subnotificação de dados envolvendo os traumatismos dentários. Conclui-se pela necessidade de inclusão de informações dentárias no registro de atendimento médico utilizado pelo SAMU e implantação de protocolos odontológicos de atendimento pelos serviços de emergência.