Resumo: O enfisema subcutâneo surge pela introdução forçada de ar ou outros gases para dentro dos tecidos moles, causando a distensão da pele ou mucosa sobrejacente. Mais de 90% dos casos de enfisema subcutâneo desenvolvem-se ainda durante o procedimento odontológico ou na primeira hora após o procedimento.
Caso clínico: Paciente do gênero feminino, com 22 anos, logo após ser realizado um procedimento odontológico de rotina. Logo após o procedimento, a paciente apresentou um aumento de volume no lado direito da face.
Diagnóstico: Depois de realizar o exame radiográfico e ser realizada a palpação da face, detectou imagem compatível com ar subcutâneo, sendo diagnosticado o quadro de enfisema subcutâneo. Visto que a paciente não foi submetida a nenhuma exodontia ou cirurgia oral, subtendeu-se que a causa foi após o uso de jatos de ar pelo cirurgião-dentista e o meio de comunicação foi periodontal, já que a paciente apresentava uma bolsa periodontal na região do 44.
Tratamento: A regressão do enfisema ocorreu após 10 dias com antibioticoterapia e compressas mornas.
Conclusão: Ainda é pouco relatada em literatura a correlação entre o enfisema e doença periodontal. Porém, a bolsa periodontal serve como comunicação para os tecidos moles, e medidas preventivas simples, como evitar a introdução forçada de ar pela seringa tríplice, pode-se evitar um quadro patológico. Apesar de ser considerado um acidente raro em odontologia e sua regressão geralmente ocorrer sem complicações, o conhecimento adequado de todos os aspectos associados ao enfisema subcutâneo é fundamental para o cirurgião-dentista prevenir sua ocorrência e tratá-la corretamente. |