Resumo: O carcinoma de células escamosas representa 90% de todas as neoplasias malignas da cavidade oral, possuindo como principal fator de risco o tabagismo. Relatamos o caso de um paciente masculino, 45 anos, atendido na Clínica de Estomatologia da PUCPR, em 2015, para avaliação de lesão em língua com intensa sintomatologia dolorosa. Durante anamnese relatou tabagismo desde a adolescência. O exame físico intrabucal revelou extensa úlcera em região lateral, posterior e direita da língua, com cerca de 5 cm de extensão antero-posterior, margens infiltradas e áreas de necrose. Realizou-se biopsia incisional cujo diagnóstico histopatológico foi de Carcinoma de Células Escamosas (CEC) moderadamente diferenciado. O paciente foi encaminhado para um hospital de referência onde foi realizada a cirurgia para remoção completa da lesão. O laudo histopatológico final da peça cirúrgica revelou margens livres da doença. Após um ano e meio de acompanhamento, o paciente retornou com queixa de severa sintomatologia dolorosa na mesma região relatando a permanência do hábito tabagista desde a primeira cirurgia. O exame físico intrabucal revelou lesão de aspecto rugoso e leucoplásico na mesma região da língua, associada com áreas de aspecto cicatricial. Realizou-se nova biópsia incisional cujo laudo histopatológico foi Carcinoma de Células Escamosas. O paciente foi encaminhado para o mesmo hospital, no qual realizou sessões de quimioterapia e, em outro hospital de referência realizou sessões de radioterapia - ainda em tratamento. Esse caso clínico reitera a importância da suspensão do hábito do tabagismo, bem como seu potencial carcinogênico, mesmo após tratamentos cirúrgicos de CEC realizados com intenção curativa. |