Resumo:

Diagnóstico: Paciente feminino, 91 anos, foi atendida na Clínica de Estomatologia da PUCPR, para avaliar um quadro de osteonecrose em mandíbula direita, pelo uso de Bisfosfonato - Anastrozol® via oral, e Zometa® infusão intravenosa por 3 anos, em decorrência de câncer de mama. Ao exame físico intrabucal observou-se exposição de tecido ósseo com aproximadamente 1,5 cm, limites eritematosos e exsudato purulento. Na radiografia panorâmica e na tomografia de feixe cônico, observou-se extensa área radiolúcida, do dente 43 até a região posterior e inferiormente até o canal da mandíbula, caracterizando o estágio II da osteonecrose dos maxilares relacionada à medicação (MRONJ), segundo American Association of Oral e Maxillofacial Surgeons. Tratamento: Pacientes com comprometimento sistêmico ou até mesmo pacientes geriátricos, podem apresentar contraindicações para diversos procedimentos odontológicos, principalmente cirúrgico, sendo essenciais os cuidados paliativos. Com base nos conceitos de humanização como política transversal de saúde, optou-se por um tratamento paliativo, consistindo em irrigação local com soro fisiológico e digluconato de clorexidina (DC) 0,12%, semanalmente, durante 3 meses; associado à clindamicina 300 mg a cada 06 horas, por 7 dias, na presença de infecção e bochechos com DC, 0,12%, 2 vezes ao dia, durante 14 dias. Após 3 meses constatou-se remissão do quadro infeccioso e radiograficamente discreto aumento da radiopacidade no local. Conclusão: Cuidados paliativos foram um importante aliado no manejo conservador da paciente idosa com osteonecrose em mandíbula pelo uso Bisfosfonato, melhorando sua qualidade de vida.