Resumo:

As disfunções temporomandibulares (DTM) são consideradas a segunda causa mais frequente de dor orofacial (DOF) tendo alta prevalência na população. Estudos epidemiológicos nesta especialidade são fundamentais, pois contribuem na investigação da necessidade e da demanda por tratamento de um determinado grupo populacional, além dos fatores de risco para o desenvolvimento da doença. Objetivo: avaliar as características populacionais e diagnósticas de indivíduos atendidos no ambulatório de DTM e DOF da Universidade Federal do Paraná. Metodologia: Os dados foram obtidos por meio de 368 prontuários disponíveis nos arquivos da disciplina. O projeto foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa do Setor de Ciências da Saúde da UFPR, CAAE: 60951616.8.0000.0102. Resultados: A média de idade foi de 40,5±15,2 anos, 81,8% dos pacientes eram do sexo feminino, com a proporção mulher/homem de 4,5:1. A queixa principal de maior prevalência foi dor por DTM (31,7%), sendo auto-relato de bruxismo do sono (46,6%) e apertamento diurno (46,3%) os sintomas mais frequentes. A média de intensidade de dor foi de 6,5±2,8, em uma escala de 0-10. Cefaleia foi observada em 82,5% dos pacientes e os diagnósticos mais constatados foram deslocamento de disco com redução (26,7%) e dor miofascial (25,7%). Tratamentos conservadores foram propostos para 67,7% dos pacientes e 27,4% receberam tratamento minimamente invasivo após o conservador não surtir o efeito desejado. Conclusão: Os resultados obtidos coincidiram com os encontrados na literatura. Mais estudos similares se fazem necessários pois colaboram no sentido de fornecer hipóteses e direcionar pesquisas para melhor entendimento do paciente com dor orofacial.