ANAIS CIOPAR - Vol. 3 - 2017 - ISSN: 2237-9231


Título: CERATOCISTO ODONTOGÊNICO UM RELATO DE CASO.
Área: DISFUNÇÃO TÊMPORO-MANDIBULAR E DOR OROFACIALESTOMATOLOGIA0
Autores: MATHEUS GOMES DOMANSKI (UTP)

Resumo:

O ceratocisto odontogênico (CO) foi mencionado, pela primeira vez, por Philipsen em 1956 (Belenguer AD, Torres AS, Escoda CG). É uma lesão cística benigna, de origem odontogênica, com um comportamento potencialmente agressivo e infiltrativo (Gupta A, Bansal P, Sneha S). Afeta, com maior frequência, pacientes na terceira década de vida, variando dos 20 aos 40 anos de idade (Belenguer AD, Torres AS, Escoda CG, Gupta A, Bansal P, Sneha S). Sua prevalência é maior nos homens do que nas mulheres, numa proporção de 2:1 (Al-morassi EA, Progrel MA). Aproximadamente 75% dos casos de CO ocorrem na mandíbula, havendo uma predileção pela região posterior do corpo e ramo ascendente (Collins BM, Bilodeal EA). A segunda região mais acometida é a porção posterior da maxila (16,3%), seguida pela porção anterior (10,9%) e por último a porção anterior da mandíbula (7,6%) (Berge TI, et al). A lesão geralmente é assintomática, sendo o diagnóstico, muitas vezes, realizado através de exames radiográficos de rotina. (Crus, ELS et al). Clnicamente a mesma se apresenta como um cisto envolto por uma cápsula de tecido conjuntivo, contendo em seu interior liquido ou queratina, embora já tenham sido relatados tumores sólidos ocasionais. O tumor raramente desloca os dentes ou expande o osso cortical, mas tende a cavar as regiões da mandíbula. A perfuração do córtex lingual não é incomum, e as lesões podem ser expostas à infecção secundária através da perfuração da mucosa. (Berge TI, et al). Radiograficamente observa-se a presença de uma área radiolúcida uni ou multilocular, com margens bem delimitadas (Bello IO). Estudos apontam que quando o CO apresenta-se de maneira multilocular, muitas vezes a lesão cística está associada à Síndrome do carcinoma nevóide de células basais (SCNCB) ou Síndrome de Gorlin (Chrcanovic BR, Gomez RS). O diagnóstico diferencial do CO deve incluir: cisto odontogênico ortoceratinizado, cisto dentígero, ameloblastoma, mixoma, Síndrome de Gorlin- Goltz, cisto periapical, cisto ósseo traumático, granuloma central de células gigantes, cisto periodontal lateral, cistos fissurais e lesões não odontogênicas, como má- formações vasculares intra- ósseas, tumores ósseos benignos e plasmocitomas (Belenguer AD, Torres AS, Escoda CG, Belenguer AD, Torres AS, Escoda CG, Aciole, GTS, et al). Histologicamente, o CO apresenta-se como uma cápsula cística composta por parede epitelial e parede de tecido conjuntivo fibroso com “cistos satélites”. O conteúdo cístico apresenta-se líquido ou pastoso, contendo queratina, corpos hialinos e cristais de colesterol (Berge TI). Uma variedade de modalidades de tratamento são propostas para os COs, não havendo um consenso, na literatura, sobre qual é a mais efetiva (Gupta A, Bansal P, Sneha S, Al-Morassi EA, Progrel MA; Ellis III E). Estes tratamentos são cirúrgicos e variam desde abordagens conservadoras incluindo a marsupialização, seguida ou não por enucleação, descompressão seguida por enucleação, enucleação simples, enucleação seguida de terapias adjuvantes como solução de Carnoy ou ostectomia, até tratamentos mais agressivos como ressecção em bloco (Al-Morassi EA, Progrel MA; Ellis III E). As altas taxas de recorrência do CO, as quais podem chegar até 62,5%, estão relacionadas principalmente a modalidade de tratamento escolhida, sendo o maior índice associado à enucleação simples (Gomes RS, Chrcanovic BR). O objetivo do presente estudo foi apresentar o relato de um caso de ceratocisto odontogênico, em um paciente do sexo masculino, de 60 anos, tratado com enucleação seguida de ostectomia.



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