Resumo:

Introdução: O transplante cardíaco é considerado a última opção no tratamento de pacientes com cardiopatias terminais, depois de esgotadas as possibilidades cirúrgicas e/ou medicamentosas. A presença do cirurgião-dentista na equipe multiprofissional de transplante cardíaco é importante em função das possíveis alterações bucais decorrentes da terapia imunossupressora, além da prevenção e tratamento de focos infecciosos. Objetivo: Destacar a importância da atuação do cirurgião-dentista no atendimento de paciente em avaliação pré-transplante cardíaco. Relato de caso: Paciente do sexo masculino, 48 anos, ex-tabagista, portador de insuficiência cardíaca de fração de ejeção reduzida, hipertensão arterial sistêmica e diabetes melittus, candidato ao transplante cardíaco, por solicitação da equipe de cardiologia, compareceu para avaliação odontológica pré-operatória ao transplante cardíaco. Durante os exames físico intrabucal e radiográfico, verificou-se presença de raízes residuais dos dentes 27, 37 e 38, e um extenso acúmulo de cálculo em dentes ântero-inferiores. A conduta odontológica incluiu a adequação bucal, realizando, para tanto, exodontias, raspagem subgengival, orientações de higiene oral, além da indicação de controle químico de placa bacteriana. Conclusão: Após 3 meses de monitoramento odontológico verificou-se uma significativa melhora na saúde bucal do paciente, eliminando focos de infecção, que poderiam ser possíveis fontes de bacteremia. É importante destacar neste contexto, que a presença do cirurgião-dentista, inserido em ambiente hospitalar e nas equipes multiprofissionais de saúde, pode auxiliar significativamente no sucesso de transplantes cardíacos.