Resumo: Objetivo: investigar a associação de aspectos de condição bucal e de polimorfismos nos genes LTA e LTB com a doença renal crônica (DRC).
Metodologia: Indivíduos de ambos os gêneros foram selecionados na Fundação Pró-Renal e na Clínica Odontológica da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Os pacientes responderam a questionários contendo história médica e odontológica - Comitê de Ética em Pesquisa da PUCPR (CAAE 25141813.4.0000.0020). A amostra foi dividida em grupo caso (122 pacientes com DRC em hemodiálise) e grupo controle (120 sem DRC). Os polimorfismos alvo (tag SNPs) dos genes LTA e LTB foram escolhidos com base no International HapMap Project e a genotipagem foi realizada pela técnica de PCR em tempo real. Análise uni e multivariada foram realizadas.
Resultados: As variáveis idade mais alta (p=0,000), gênero masculino (p=0,000) e hábito de fumar (p=0,000) foram associadas à DRC. No grupo caso, 66 pacientes (54,1%) afirmaram visitar anualmente o dentista (p=0,000); 69 (56,6%) não usavam fio dental (p=0,005), e 109 (89,3%) realizavam escovação menos de três vezes ao dia (p=0,001). Xerostomia foi relatada por 55 pacientes (45,1%) (p=0,000) e mobilidade dental foi observada em 48 pacientes (39,3%) (p=0,003). Na análise genotípica, o alelo G do rs2229094 do gene LTA mostrou associação borderline com a DRC (p=0,056). Após análise multivariada, o polimorfismo rs2229094 (p=0,050) e as variáveis clínicas: frequência de visitas ao dentista (p=0,000), escovação dental (p=0,038) e uso do fio dental (p=0,002) mantiveram-se associados à DRC.
Conclusão: Esse estudo reforça a importância da interação entre variáveis clínicas e genéticas em doenças complexas.
|